Definição de simbiose
A simbiose é uma relação ecológica interespecífica, ou seja, ocorre entre organismos de espécies diferentes que convivem de forma associada por um período prolongado. Essa interação pode ser benéfica para ambos os organismos envolvidos ou apresentar vantagens apenas para um deles. A simbiose é uma das formas mais antigas de relação biológica e desempenha um papel essencial na manutenção dos ecossistemas, contribuindo para o equilíbrio ecológico, a sobrevivência das espécies e a evolução biológica.
Classificação da simbiose
A simbiose pode ser classificada em diferentes tipos, de acordo com os benefícios obtidos pelos organismos envolvidos na relação. As três formas mais conhecidas de simbiose são: mutualismo, comensalismo e parasitismo. No entanto, em um sentido mais restrito, o termo "simbiose" é muitas vezes utilizado especificamente para se referir ao mutualismo obrigatório, ou seja, aquele em que ambos os seres vivos dependem um do outro para sobreviver.
A seguir, estão as principais formas (tipos) de simbiose:
1. Mutualismo
O mutualismo é uma relação ecológica em que ambas as espécies envolvidas se beneficiam de forma mútua. Esse benefício pode ser nutricional, protetivo ou de outra natureza. O mutualismo pode ser classificado em dois tipos: mutualismo facultativo, em que os organismos podem viver separados, e mutualismo obrigatório, quando a associação é essencial para a sobrevivência dos envolvidos.
Um exemplo clássico de mutualismo obrigatório ocorre entre os cupins e os protozoários que vivem em seu intestino. Os cupins consomem madeira, mas não conseguem digerir a celulose. Os protozoários fazem essa digestão, e, em troca, recebem abrigo e alimento. Outro exemplo é a associação entre microrganismos fixadores de nitrogênio, como bactérias do gênero -Rhizobium-, e raízes de leguminosas, em que ambas as partes obtêm vantagens nutricionais.
2. Comensalismo
No comensalismo, uma das espécies se beneficia da relação, enquanto a outra não é prejudicada nem beneficiada. Trata-se de uma relação de neutralidade para um dos organismos e de vantagem para o outro. Esse tipo de simbiose é comum em muitos ambientes naturais e pode ocorrer de diversas formas, como no aproveitamento de restos alimentares, abrigo ou transporte.
Um exemplo é o uso das carcaças deixadas por predadores por determinadas espécies de aves ou mamíferos. Outro exemplo conhecido ocorre entre as rêmoras e os tubarões. As rêmoras se fixam ao corpo do tubarão e aproveitam os restos de alimento liberados por ele, sem causar danos ao seu hospedeiro.
3. Parasitismo
O parasitismo é uma forma de simbiose em que uma espécie, chamada de parasita, obtém benefícios à custa da outra, chamada de hospedeiro, a qual sofre prejuízos em virtude da relação. Apesar de ser considerada uma simbiose, o parasitismo não representa uma relação de cooperação entre os organismos, mas sim uma associação ecológica de exploração.
O parasita pode se alimentar de tecidos, fluidos corporais ou nutrientes do hospedeiro, geralmente sem levá-lo à morte imediata, pois sua sobrevivência depende da continuidade dessa interação. Um exemplo é a relação entre carrapatos e animais vertebrados, em que os carrapatos sugam o sangue dos hospedeiros. Outro exemplo são os piolhos que vivem sobre mamíferos, retirando nutrientes do sangue ou da pele.
Exemplos de simbiose na natureza
A simbiose é observada em praticamente todos os ecossistemas do planeta. Um dos exemplos mais conhecidos ocorre entre líquens, que são associações entre fungos e algas ou cianobactérias. Nessa relação simbiótica, a alga realiza fotossíntese, produzindo substâncias nutritivas, enquanto o fungo retém água e proporciona abrigo, favorecendo o desenvolvimento de ambos.
Outro exemplo ocorre entre peixes-palhaço e anêmonas-do-mar. Os peixes encontram proteção entre os tentáculos das anêmonas, que possuem células urticantes para se defender de predadores. Em troca, o peixe-palhaço afasta predadores naturais da anêmona e pode contribuir com nutrientes resultantes de suas excreções.
Importância ecológica da simbiose
A simbiose desempenha papel fundamental na estabilidade dos ecossistemas. Relações simbióticas contribuem para a diversidade biológica, influenciam as cadeias alimentares e participam dos ciclos biogeoquímicos. Elas também são importantes em processos de adaptação e evolução, pois podem levar ao surgimento de novos hábitos alimentares, estratégias de sobrevivência e até ao desenvolvimento de organismos mais complexos.
Além disso, a simbiose é utilizada como modelo em diversas pesquisas científicas, principalmente nos campos da ecologia, genética, evolução e biotecnologia. Muitas formas de simbiose têm sido exploradas para o desenvolvimento de práticas agrícolas sustentáveis e para a conservação ambiental, especialmente no uso de microrganismos simbiontes que promovem a fertilidade do solo ou que auxiliam na restauração de áreas degradadas.
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Outro exemplo de simbiose: búfalo e garça-vaqueira. A garça-vaqueira se alimenta de insetos que ficam no dorso do búfalo. Este recebe a vantagem, nessa relação, se livrando dos insetos que ficam em seu corpo.
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Artigo revisado por Tânia Cabral - Professora de Biologia e Ciências - graduada na Unesp, 2001.
Atualizado em 11/08/2025