O que é
A glândula pineal é uma pequena estrutura endócrina localizada profundamente no cérebro dos vertebrados. Embora por muito tempo tenha sido considerada um órgão vestigial ou de função incerta, atualmente sabe-se que ela desempenha um papel fundamental na regulação dos ritmos biológicos do organismo, especialmente no controle do ciclo sono-vigília. Sua atividade está fortemente associada à produção de melatonina, um hormônio cuja liberação é influenciada pela luminosidade do ambiente.
Localização da glândula pineal
Anatomicamente, a glândula pineal está situada na região central do cérebro, entre os dois hemisférios cerebrais, fixada no teto do diencéfalo, mais especificamente na parte posterior do epitálamo, acima do colículo superior e entre os tálamos. Ela está próxima de estruturas como o corpo caloso e o aqueduto cerebral. Devido à sua posição central e simétrica, pode ser facilmente observada em exames de imagem, especialmente quando calcificada, o que ocorre com frequência no envelhecimento.
Função da glândula pineal
A principal função da glândula pineal é a síntese e a liberação da melatonina, um hormônio derivado do aminoácido triptofano. A produção de melatonina é estimulada pela ausência de luz e inibida pela sua presença, o que faz com que sua liberação se intensifique à noite. Esse hormônio é o principal regulador do ritmo circadiano, ou seja, do ciclo biológico de aproximadamente 24 horas que regula atividades fisiológicas como o sono, a temperatura corporal, a liberação de outros hormônios e até o apetite.
Além de seu papel na regulação do sono, a melatonina possui propriedades antioxidantes e influencia funções imunológicas e reprodutivas, especialmente em algumas espécies de animais sazonais. Em humanos, a glândula pineal também pode participar da modulação do humor e de processos neuroprotetores, embora essas funções ainda sejam alvo de pesquisas.
Estrutura da glândula pineal
A glândula pineal é de forma cônica ou ovalada, medindo cerca de 5 a 8 mm de comprimento em adultos humanos e pesando em média 100 a 180 mg. Sua estrutura histológica é composta por dois principais tipos celulares: os pinealócitos e as células da glia.
Os pinealócitos são as células endócrinas responsáveis pela produção de melatonina. Essas células possuem prolongamentos que se estendem até os capilares, facilitando a liberação do hormônio diretamente na circulação sanguínea. Os pinealócitos apresentam grânulos de secreção e organelas associadas à síntese proteica e à conversão de serotonina em melatonina.
As células da glia, principalmente astrócitos, fornecem sustentação e proteção aos pinealócitos, além de participarem da regulação do ambiente extracelular. A glândula é ricamente vascularizada e inervada por fibras pós-ganglionares simpáticas provenientes do gânglio cervical superior, que transmitem informações luminosas recebidas pela retina e moduladas pelo núcleo supraquiasmático do hipotálamo.
Embora seja uma estrutura relativamente simples, a glândula pineal apresenta grande importância funcional, e estudos atuais investigam sua possível ligação com distúrbios do sono, alterações neurológicas e transtornos do humor, como a depressão sazonal.
Artigo revisado por Tânia Cabral - Professora de Biologia e Ciências - graduada na Unesp, 2001.
Atualizado em 01/09/2025