Pâncreas

 

Localização e características do pâncreas


O pâncreas é uma glândula alongada localizada na parte superior do abdômen, atrás do estômago e próxima ao duodeno. Possui aproximadamente 15 a 25 centímetros de comprimento e está dividido em três regiões: cabeça (encaixada no duodeno), corpo (localizado atrás do estômago) e cauda (próxima ao baço). O pâncreas é uma glândula mista, pois apresenta funções tanto exócrinas quanto endócrinas, atuando na digestão e na regulação do metabolismo da glicose.



Funções exócrinas do pâncreas


A função exócrina do pâncreas está relacionada à produção de suco pancreático, que é liberado no duodeno através do ducto pancreático. Esse suco é composto por enzimas digestivas e bicarbonato, e sua principal função é auxiliar na digestão dos nutrientes. As principais enzimas produzidas são:


- Amilase pancreática: atua na digestão de carboidratos, quebrando o amido em açúcares simples.

- Lipase pancreática: degrada os lipídios em ácidos graxos e glicerol.

- Tripsina e quimotripsina: enzimas proteolíticas que fragmentam proteínas em peptídeos menores.

- Nucleases: degradam ácidos nucleicos como DNA e RNA.


Essas enzimas são produzidas pelas células dos ácinos pancreáticos e lançadas no ducto pancreático, que se une ao ducto colédoco antes de chegar ao intestino delgado.



Funções endócrinas do pâncreas


A função endócrina do pâncreas é desempenhada pelas ilhotas pancreáticas ou ilhotas de Langerhans, pequenos agrupamentos celulares que secretam hormônios diretamente na corrente sanguínea. Os principais hormônios produzidos são:


- Insulina: secretada pelas células beta, promove a captação de glicose pelas células, reduzindo a glicemia.

- Glucagon: secretado pelas células alfa, estimula a liberação de glicose pelo fígado, aumentando a glicemia.

- Somatostatina: secretada pelas células delta, inibe a liberação de insulina, glucagon e hormônios do trato digestório.

- Polipeptídeo pancreático: atua na regulação das funções exócrinas do pâncreas e no controle do apetite.


Esses hormônios mantêm o equilíbrio dos níveis de glicose no sangue e contribuem para a homeostase energética do organismo.



Composição do suco pancreático


O suco pancreático é um fluido incolor, alcalino e rico em bicarbonato de sódio, o que neutraliza a acidez do quimo proveniente do estômago. Além disso, contém diversas enzimas em sua forma inativa, que são ativadas somente no intestino, evitando a autodigestão do próprio pâncreas. Essa composição permite a atuação eficiente das enzimas no processo digestivo.



Regulação da atividade pancreática


A liberação do suco pancreático é regulada por estímulos nervosos e hormonais. Após a ingestão de alimentos, dois hormônios produzidos pelo intestino delgado são responsáveis pela estimulação pancreática:


- Secretina: promove a liberação de bicarbonato pelas células do ducto pancreático.

- Colecistocinina (CCK): estimula a liberação de enzimas digestivas pelas células acinares.



Além disso, o sistema nervoso parassimpático, por meio do nervo vago, também participa da ativação do pâncreas durante a fase cefálica da digestão.



Interação com outros órgãos digestivos


O pâncreas atua de forma integrada com o fígado, a vesícula biliar e o intestino delgado no processo digestivo. O ducto pancreático se une ao ducto colédoco, formando a ampola hepatopancreática, que desemboca no duodeno. A liberação coordenada de bile e suco pancreático no intestino delgado garante a emulsificação de gorduras e a digestão eficiente dos nutrientes.



Anatomia microscópica do pâncreas


O pâncreas apresenta duas regiões histológicas distintas:

- Porção exócrina: composta por ácinos, estruturas formadas por células secretoras que produzem enzimas digestivas.

- Porção endócrina: formada pelas ilhotas de Langerhans, que contêm diferentes tipos celulares responsáveis pela produção hormonal.

Essa organização permite ao pâncreas exercer de maneira simultânea suas funções digestivas e metabólicas.



Importância do pâncreas na homeostase


O pâncreas é fundamental para a regulação da glicemia e o funcionamento adequado do metabolismo energético. Ao liberar insulina e glucagon em resposta aos níveis de glicose no sangue, ele mantém o equilíbrio entre o armazenamento e a liberação de energia. Simultaneamente, ao fornecer enzimas digestivas ao intestino delgado, garante a correta quebra dos alimentos e a absorção de nutrientes essenciais.

 

 

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Artigo revisado por Tânia Cabral - Professora de Biologia e Ciências - graduada na Unesp, 2001.

Atualizado em 26/07/2025



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Bibliografia Indicada:

 

CORRADINI, Ana Paula. Corpo Humano - a máquina da vida. São Paulo: DCL, 2010.

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