Criptógamas


O que são criptógamas?


As criptógamas são organismos vegetais que não produzem flores, frutos ou sementes. Sua reprodução ocorre por meio de esporos, estruturas microscópicas responsáveis por garantir a continuidade da espécie. Representam um grupo bastante antigo de vegetais, com origem ainda nos períodos primitivos da Terra, e possuem grande importância ecológica, pois contribuem para o equilíbrio ambiental e a colonização de diferentes habitats.



Características gerais das criptógamas:


- Reprodução por esporos: utilizam esporos, em vez de sementes, como principal meio de reprodução.

- Ausência de flores e frutos: não apresentam estruturas reprodutivas complexas como flores, frutos ou sementes.

- Estruturas simples: possuem corpo vegetal pouco diferenciado, em muitos casos sem raízes, caules ou folhas verdadeiras.

- Dependência da água: em sua maioria, precisam da água para a fecundação, já que os gametas masculinos necessitam se deslocar até os gametas femininos em meio líquido.

- Habitat úmido e sombreado: são mais comuns em locais úmidos, como florestas, margens de rios e ambientes com alta umidade.

- Diversidade de formas:
apresentam grande variedade, incluindo algas, musgos, samambaias e líquens.

- Importância ecológica: desempenham papéis fundamentais, como a produção de oxigênio, a fixação de nitrogênio e a formação de solos.



Exemplos de criptógamas:



- Musgos (Bryophyta): pequenas plantas que vivem em ambientes úmidos, sem raízes verdadeiras, capazes de reter água e contribuir para a formação de solos.

- Hepáticas (Marchantiophyta): organismos semelhantes aos musgos, geralmente em formato de talos achatados, adaptados a ambientes úmidos.

- Antóceros (Anthocerotophyta): plantas talosas pequenas que lembram musgos, mas apresentam esporófito alongado e diferenciado.

- Samambaias (Pteridophyta): plantas de porte médio a grande, com folhas chamadas frondes, que liberam esporos em estruturas chamadas soros.

- Cavalinhas (Equisetophyta): plantas com caules articulados e folhas reduzidas, comuns em áreas úmidas e com importância histórica na formação de depósitos de carvão fóssil.

- Licopódios (Lycopodiophyta): plantas de pequeno porte, semelhantes a musgos, mas com vasos condutores, importantes como fósseis vivos.

- Algas verdes (Chlorophyta): organismos aquáticos fotossintetizantes, fundamentais na produção de oxigênio e na base da cadeia alimentar aquática.

- Líquens (associação simbiótica entre algas e fungos): organismos que crescem sobre rochas, troncos e solos, pioneiros na colonização de ambientes inóspitos.

 

 

Reprodução

 

A reprodução das criptógamas ocorre sem a formação de flores, frutos ou sementes, sendo realizada principalmente por esporos. Esses esporos são células reprodutivas que podem se desenvolver em um novo indivíduo quando encontram condições adequadas de umidade e temperatura. O ciclo de vida dessas plantas geralmente apresenta alternância de gerações, com uma fase haploide chamada gametófito e uma fase diploide chamada esporófito.

No gametófito, são produzidos gametas masculinos e femininos. Os gametas masculinos, muitas vezes dotados de flagelos, necessitam de água para se deslocar até o gameta feminino e realizar a fecundação. A partir dessa união, forma-se o zigoto, que dará origem ao esporófito. Esse esporófito, por sua vez, produz os esporos em estruturas chamadas esporângios. Quando liberados, os esporos podem germinar e formar novos gametófitos, reiniciando o ciclo.

Esse processo mostra como as criptógamas dependem fortemente da presença de ambientes úmidos para garantir a continuidade de sua reprodução.



Importância econômica das criptógamas

 

Algumas espécies desse grupo têm relevância direta para o ser humano, seja em usos tradicionais ou em aplicações modernas. Os musgos, por exemplo, são empregados na jardinagem e no paisagismo pela capacidade de manter a umidade do solo, enquanto certos líquens são utilizados na produção de corantes, medicamentos e até na perfumaria. Além disso, as algas verdes possuem papel essencial na indústria alimentícia e farmacêutica, sendo fontes de substâncias como ágar e carragenina, amplamente aplicadas em produtos do cotidiano.



Três curiosidades sobre as criptógamas:


1. Muitas espécies de musgos conseguem sobreviver em ambientes extremos, como desertos e regiões polares, graças à sua capacidade de entrar em estado de dormência.

2. Os fósseis de cavalinhas gigantes do período Carbonífero chegaram a atingir mais de 15 metros de altura, formando grandes florestas primitivas.

3. Os líquens são bioindicadores ambientais, sendo utilizados para medir os níveis de poluição atmosférica em determinadas regiões.

 

Foto de samambaias

Samambaia: exemplo de planta criptógama

 

 


 

Glossário do texto:

 

- Esporos: estruturas microscópicas responsáveis pela reprodução das plantas criptógamas.

- Frondes: folhas grandes e divididas, típicas das samambaias.

- Soros: pequenos agrupamentos de esporângios presentes nas folhas das samambaias, responsáveis pela produção de esporos.

- Líquens: associação simbiótica entre algas e fungos, pioneiros na colonização de ambientes inóspitos.

- Bioindicadores: organismos que permitem avaliar a qualidade ambiental, como os líquens que indicam os níveis de poluição do ar.

- Carbonífero: período geológico em que existiam grandes florestas de plantas primitivas, como as cavalinhas gigantes.

- Dormência: estado em que algumas plantas, como os musgos, entram para sobreviver a condições extremas de clima.

- Ágar: substância extraída de algas, utilizada em laboratórios, na indústria de alimentos e na farmacêutica.

- Carragenina: composto retirado de algas usado como espessante e estabilizante em diversos produtos alimentícios e cosméticos.

 

 


 

 

Artigo revisado por Tânia Cabral - Professora de Biologia e Ciências - graduada na Unesp, 2001.

Publicado em 14/09/2025



Criptógamas Temas Relacionados
Bibliografia Indicada:

 

LORENZI, Harri. Introdução à Botânica (Morfologia). Nova Odessa: Plantarum, 2013.

 

https://fernandosantiago.com.br/apostila_criptogamas.pdf

Veja Também
DESTAQUES Pergunta e resposta sobre os plastídiosEcossistema costeiro: rica biodiversidade