
Erva-de-passarinho: exemplo de planta parasita.
O que são
Até o momento se sabe que mais de 4.000 espécies de plantas parasitam outras plantas. Uma estratégia de vida que confere vantagens. Afinal, as plantas parasitas economizam energia ao sugarem água e nutrientes dos tecidos das plantas nas quais elas se prendem.
Ao visitar um jardim ou uma floresta, observamos plantas aderidas aos troncos, galhos e ramos de árvores. Algumas árvores têm muitas plantas fixadas nelas, outras têm uma ou bem poucas. Seriam todas plantas parasitas? Não. As orquídeas e bromélias, por exemplo, estão ali apenas colonizando uma porção do ambiente que é úmida e tem uma intensidade suave de luz.
Características principais:
- Ausência parcial ou total de clorofila: muitas plantas parasitas não realizam fotossíntese e dependem inteiramente da planta hospedeira para obter nutrientes.
- Presença de haustórios: estruturas especializadas que penetram nos tecidos da planta hospedeira para absorver água, sais minerais e nutrientes orgânicos.
- Dependência fisiológica da hospedeira: sua sobrevivência está diretamente ligada à planta à qual se fixam, podendo comprometer o desenvolvimento da hospedeira.
- Adaptação morfológica: frequentemente apresentam formas reduzidas, folhas modificadas ou ausentes e raízes transformadas para facilitar a fixação e absorção de recursos.
Tipos de plantas de parasitas:
- Hemiparasitas: elas realizam fotossíntese. Portanto, suas folhas são verdes, produzindo o carboidrato de que necessitam para sustentar seu crescimento e reprodução. Esse tipo de planta parasita retira das hospedeiras apenas água e minerais. Exemplo: erva-de-passarinho (visco).
- Holoparasitas: elas não realizam fotossíntese. Portanto, retiram carboidrato, água e minerais dos tecidos da árvore ou arbusto. Exemplo: barba-de-velho.

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Barba-de-velho: exemplo de planta parasita.
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Exemplos de plantas parasitas:
- Cuscuta (Cuscuta spp.): conhecida como fios-de-ovos, é uma planta parasita holoparasita que não possui clorofila, formando emaranhados amarelados sobre a hospedeira e retirando dela todos os nutrientes por meio de haustórios.
- Erva-de-passarinho (Viscum album): planta hemiparasita que possui clorofila e realiza parte da fotossíntese, mas retira água e sais minerais das árvores hospedeiras, especialmente em regiões temperadas.
- Cipó-chumbo (Cuscuta racemosa): espécie brasileira de cuscuta que se enrola em diversas plantas, como arbustos e culturas agrícolas, provocando enfraquecimento ou morte da planta hospedeira.
- Loranthus (Loranthus spp.): hemiparasita que vive sobre galhos de árvores tropicais, especialmente frutíferas, e se fixa por meio de haustórios, extraindo seiva bruta, enquanto realiza fotossíntese.
- Rafflesia arnoldii: planta holoparasita que vive em raízes de cipós do gênero Tetrastigma, notável por produzir a maior flor do mundo e não possuir folhas, caules ou raízes visíveis, dependendo inteiramente da hospedeira para sobreviver.
A evolução das plantas parasitas
As plantas parasitas representam uma transição entre o modo de vida autotrófico (capacidade de se sustentar, típico do reino vegetal) para o heterotrófico (dependência do outro para se sustentar, típico do reino animal). Essa passagem exigiu que as plantas experimentassem mudanças morfológicas e fisiológicas ao longo do tempo.
Parasitas exercem uma força de seleção natural. Os vegetais parasitados são forçados a responder à agressão. Afinal, embora os casos de morte do hospedeiro sejam raros, a remoção constante dos nutrientes leva a um funcionamento precário do organismo. Aqueles hospedeiros que desenvolvem respostas eficientes são selecionados: eles sobrevivem, geram outros indivíduos e esses indivíduos herdam a capacidade de responder eficientemente.
Curiosidade
Uma espécie de barba-de-frade (Cuscuta reflexa) é bastante usada na medicina ayurveda. Acredita-se que ela é capaz de tratar males como diabetes, hipertensão, artrite e promover o crescimento do cabelo.
Atualizado em 19/04/2025