Polissacarídeos

 

O que são polissacarídeos?

Os polissacarídeos são macromoléculas formadas pela união de numerosos monossacarídeos, ligados por ligações glicosídicas. São classificados como carboidratos complexos devido ao seu elevado peso molecular e à estrutura ramificada ou linear. Desempenham funções estruturais e de reserva energética nos organismos vivos, sendo insolúveis em água e de digestão mais lenta do que os açúcares simples.



Composição e estrutura dos polissacarídeos

A composição básica dos polissacarídeos envolve unidades repetidas de monossacarídeos, como a glicose, a galactose ou a frutose. Essas unidades são unidas por ligações covalentes específicas, formando cadeias que podem ser lineares ou ramificadas. A estrutura resultante influencia diretamente sua função biológica, solubilidade, e sua capacidade de ser digerida por determinados organismos.



Classificação dos polissacarídeos


Os polissacarídeos podem ser classificados em dois grandes grupos: polissacarídeos de reserva e polissacarídeos estruturais. Os de reserva, como o amido e o glicogênio, armazenam energia para uso futuro. Já os estruturais, como a celulose e a quitina, formam componentes fundamentais das paredes celulares ou de estruturas externas de seres vivos. A diferença entre esses tipos está principalmente nas ligações glicosídicas e na organização tridimensional das cadeias.



Função dos polissacarídeos

Os polissacarídeos exercem funções essenciais nos organismos. Entre as funções energéticas, destacam-se o amido nas plantas e o glicogênio nos animais, que atuam como fontes de glicose. Já na função estrutural, a celulose fornece rigidez à parede celular das plantas, enquanto a quitina forma o exoesqueleto de artrópodes. Essas macromoléculas também podem atuar como elementos de reconhecimento celular em membranas biológicas.



Amido: polissacarídeo vegetal de reserva

O amido é o principal polissacarídeo de reserva nas plantas, composto por duas frações principais: a amilose, de cadeia linear, e a amilopectina, de cadeia ramificada. É abundante em raízes, sementes e tubérculos, como a batata e o milho. Quando necessário, as plantas degradam o amido para liberar glicose, que será utilizada em processos metabólicos.



Glicogênio: polissacarídeo animal de reserva

O glicogênio é o equivalente animal do amido, sendo encontrado principalmente no fígado e nos músculos dos vertebrados. Sua estrutura altamente ramificada permite rápida mobilização da glicose armazenada, especialmente em situações de demanda energética elevada. Essa característica o torna essencial para a regulação da glicemia e para a atividade muscular.



Celulose: polissacarídeo estrutural das plantas

A celulose é o polissacarídeo mais abundante da Terra, constituinte primário da parede celular vegetal. É formada por longas cadeias lineares de glicose unidas por ligações β-1,4-glicosídicas, o que a torna insolúvel e resistente à digestão por muitos animais. Alguns organismos, como ruminantes e cupins, conseguem digeri-la graças à ação de microrganismos simbiontes.



Quitina: polissacarídeo estrutural dos artrópodes e fungos

A quitina é um polissacarídeo estrutural encontrado no exoesqueleto de insetos, crustáceos e em paredes celulares de fungos. É composta por unidades de N-acetilglicosamina, que formam cadeias resistentes e insolúveis. Sua função é proteger e dar rigidez ao corpo dos organismos em que está presente, além de permitir crescimento por meio da troca periódica do exoesqueleto.



Outros polissacarídeos importantes

Além dos principais polissacarídeos já citados, há outros com funções específicas, como a pectina, presente nas paredes celulares de frutas e importante na gelificação, e a hemicelulose, que atua como suporte estrutural em conjunto com a celulose. Há ainda polissacarídeos extracelulares produzidos por bactérias, como o ácido hialurônico e os glicosaminoglicanos, que possuem função estrutural e lubrificante em animais.



Importância biológica dos polissacarídeos

Os polissacarídeos são fundamentais para a sobrevivência dos organismos. Eles garantem a reserva de energia, sustentação estrutural, proteção e participação em processos biológicos essenciais como a comunicação celular. A diversidade de estruturas e funções dos polissacarídeos reflete sua importância evolutiva nos diferentes reinos da vida.

 

 


 

Artigo revisado por Tânia Cabral - Professora de Biologia e Ciências - graduada na Unesp, 2001.

Atualizado em 05/08/2025



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Bibliografia Indicada:

 

https://www.fcav.unesp.br/Home/departamentos/tecnologia/luciamariacararetoalves/aula-3---oligo-e-polissacarideos.pdf

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