Lagartixa

Phyllopezus pollicaris: presente em áreas secas e urbanas no Brasil.

O que é uma lagartixa?

A lagartixa é um pequeno réptil pertencente à ordem Squamata e à família Gekkonidae, conhecida por sua habilidade singular de escalar superfícies verticais e de se adaptar a diferentes ambientes. Encontrada em várias regiões tropicais e temperadas do mundo, a lagartixa destaca-se por suas características físicas únicas e por seu papel importante nos ecossistemas, principalmente no controle de insetos.

Principais características físicas:

• O corpo é alongado e coberto por escamas, geralmente com coloração que varia entre tons de marrom, cinza e verde, o que facilita sua camuflagem em meio ao ambiente.

• As patas possuem dedos providos de lamelas adesivas que possibilitam a adesão a superfícies lisas, como paredes e tetos.

• Esses animais possuem cauda comprida e flexível, a qual pode ser autotomizada – ou seja, destacada do corpo como estratégia de defesa contra predadores.

• Seus olhos são grandes e dotados de pupilas verticais, adaptadas para a visão noturna.

Alimentação

A alimentação das lagartixas é predominantemente insetívora. Elas caçam pequenos invertebrados, como mosquitos, aranhas, formigas e grilos, desempenhando, dessa forma, um papel fundamental no equilíbrio ecológico ao reduzir populações de insetos. Algumas espécies complementam a dieta com pequenos vertebrados, como filhotes de outras lagartixas e, ocasionalmente, frutas.

Fases da reprodução

A reprodução das lagartixas ocorre por meio de um processo ovíparo e pode ser explicado em etapas:


1. Acasalamento: os machos atraem as fêmeas por meio de vocalizações e exibições corporais, marcando seus territórios.

2. Fertilização: a fecundação é interna, e o macho utiliza seus hemipênis para introduzir o esperma na cloaca da fêmea.

3. Postura dos ovos: as fêmeas depositam geralmente de um a dois ovos, com casca calcificada, em locais protegidos como fendas de rochas, atrás de móveis ou em troncos.

4. Incubação: o período de incubação varia conforme a temperatura ambiente e pode durar de algumas semanas a alguns meses.

5. Eclosão: os filhotes emergem dos ovos totalmente formados, prontos para a vida independente.

Hábitos e comportamentos

Os hábitos e comportamentos das lagartixas são variados e demonstram uma impressionante capacidade de adaptação. Elas são predominantemente noturnas, aproveitando as horas de menor luminosidade para caçar e evitar predadores. Durante o dia, permanecem escondidas em frestas ou sob objetos, protegendo-se do calor e de potenciais ameaças. As lagartixas são animais territoriais, podendo emitir vocalizações para defender seu espaço ou atrair parceiros. São hábeis escaladoras, graças às lamelas adesivas em seus dedos, e apresentam movimentos ágeis e rápidos, o que facilita tanto a captura de presas quanto a fuga de predadores.

Entre as principais espécies de lagartixas destacam-se:


- Hemidactylus mabouia: comum em áreas urbanas e periurbanas do Brasil, adapta-se facilmente a construções humanas.

- Phyllopezus pollicaris: conhecida como lagartixa-das-casas, habita áreas secas e urbanizadas do Brasil, exibindo coloração que varia entre o cinza e o bege.

- Tarentola mauritanica: nativa do Mediterrâneo, foi introduzida em diversas regiões, incluindo o Brasil, e habita construções e áreas rochosas.

- Gekko gecko: também chamado de gecko-tokay, encontrado em florestas tropicais da Ásia e reconhecido pelos sons altos que emite durante a noite.

Curiosidades interessantes sobre as lagartixas:


1. As lagartixas têm a capacidade de regenerar a cauda caso a percam durante uma fuga, um processo denominado autotomia caudal.


2. Suas lamelas adesivas nos dedos utilizam forças de Van der Waals para aderir a superfícies, o que as torna verdadeiras “escaladoras naturais”.


3. Em algumas culturas, as lagartixas são consideradas símbolos de sorte e proteção, sendo até mesmo associadas à purificação de ambientes.

Por Equipe Toda Biologia

Artigo revisado por Tânia Cabral - Professora de Biologia e Ciências - graduada na Unesp, 2001.

Publicado em 26/05/2025