O que é o cérebro humano?
O cérebro humano é o órgão mais complexo do corpo, responsável pelo controle de todas as funções corporais e pela coordenação de atividades cognitivas superiores, como o pensamento, a linguagem, a memória e as emoções. Ele integra o sistema nervoso central (SNC), juntamente com a medula espinhal, e está protegido pelo crânio, pelas meninges e pelo líquido cefalorraquidiano. Embora represente apenas cerca de 2% da massa corporal total, consome aproximadamente 20% da energia do organismo, o que demonstra sua elevada atividade metabólica.
Anatomia macroscópica do cérebro
O cérebro humano está dividido em três partes principais: cérebro (ou telencéfalo), cerebelo e tronco encefálico.
- Cérebro (telencéfalo): é a maior porção do encéfalo e é dividido em dois hemisférios, direito e esquerdo, separados por uma fissura longitudinal. Cada hemisfério é composto por quatro lobos principais: frontal, parietal, temporal e occipital. Esses lobos estão associados a diferentes funções cognitivas e sensoriais.
- Cerebelo: localizado abaixo do cérebro, o cerebelo coordena os movimentos voluntários, o equilíbrio e a postura corporal. Ele também está envolvido na aprendizagem motora.
- Tronco encefálico: formado pelo bulbo, ponte e mesencéfalo, o tronco encefálico é responsável por funções vitais, como a respiração, batimentos cardíacos e reflexos.
Estrutura celular e composição do cérebro
O cérebro é constituído por bilhões de neurônios, as células responsáveis pela condução de impulsos nervosos, e pelas células da glia, que oferecem suporte, proteção e nutrição aos neurônios.
- Neurônios: transmitem sinais elétricos e químicos por meio de sinapses. Cada neurônio possui dendritos (recebem estímulos), um corpo celular (soma) e um axônio (conduz o impulso nervoso).
- Células da glia: incluem os astrócitos (nutrição e sustentação), oligodendrócitos (formam a bainha de mielina no SNC) e micróglias (defesa imunológica).
Além disso, o cérebro possui substância cinzenta (regiões com corpos celulares de neurônios) e substância branca (feixes de axônios mielinizados), cuja organização é essencial para o processamento e condução das informações.
Divisão funcional do cérebro
Cada área do cérebro é especializada em determinadas funções:
- Lobo frontal: associado ao raciocínio, planejamento, tomada de decisões, controle motor voluntário e linguagem (área de Broca).
- Lobo parietal: responsável pela percepção sensorial tátil, orientação espacial e reconhecimento de padrões.
- Lobo temporal: envolvido no processamento auditivo, memória e interpretação da linguagem (área de Wernicke).
- Lobo occipital: relacionado ao processamento das informações visuais.
Essa divisão funcional é importante para o entendimento de doenças neurológicas e lesões cerebrais, pois danos em áreas específicas comprometem funções determinadas.
Hemisférios cerebrais e lateralização
Os hemisférios cerebrais, embora semelhantes em estrutura, possuem especializações distintas. A lateralização funcional implica que determinadas funções são predominantemente processadas em um dos hemisférios.
- O hemisfério esquerdo é geralmente dominante na linguagem, no pensamento lógico e na análise matemática.
- O hemisfério direito atua de forma mais significativa no reconhecimento de faces, na intuição, na orientação espacial e na criatividade.
Ambos os hemisférios se comunicam através do corpo caloso, uma estrutura formada por fibras nervosas que integram suas atividades.
Sistema límbico e emoções
O sistema límbico é um conjunto de estruturas cerebrais envolvidas no controle das emoções, comportamento, motivação e memória de longo prazo. Entre os principais componentes do sistema límbico estão:
- Hipocampo: fundamental para a consolidação da memória.
- Amígdala: envolvida nas respostas emocionais, como o medo e a agressividade.
- Hipotálamo: regula funções autonômicas e comportamentos relacionados à sobrevivência, como fome, sede e reprodução.
Essas estruturas se comunicam intensamente com o córtex cerebral, influenciando decisões e comportamentos humanos.
Neurotransmissores e sinapses
A comunicação entre os neurônios ocorre por meio de sinapses, nas quais há liberação de neurotransmissores. Esses mensageiros químicos podem excitar ou inibir a atividade de outros neurônios. Os principais neurotransmissores incluem:
- Acetilcolina: associada ao controle motor e à memória.
- Dopamina: envolvida na motivação, prazer e coordenação motora. Desequilíbrios nos seus níveis estão ligados a doenças como o Parkinson e a esquizofrenia.
- Serotonina: regula o humor, o sono e o apetite. Está relacionada a distúrbios depressivos.
- Noradrenalina: influencia a atenção, o estresse e as respostas de luta ou fuga.
- GABA (ácido gama-aminobutírico): atua como neurotransmissor inibitório, contribuindo para o controle da excitação neural.
Plasticidade cerebral
A plasticidade cerebral é a capacidade do cérebro de se modificar em resposta a estímulos, experiências e lesões. Ela ocorre ao longo de toda a vida, sendo mais intensa durante o desenvolvimento infantil. A plasticidade explica a capacidade de recuperação após lesões, o aprendizado de novas habilidades e a adaptação a ambientes diferentes.
Esse fenômeno envolve a reorganização de conexões sinápticas, a formação de novos circuitos neurais e a neurogênese (formação de novos neurônios), especialmente no hipocampo.
Importância do cérebro para a homeostase
O cérebro é o centro integrador da homeostase, regulando processos que mantêm o equilíbrio interno do organismo. Por meio do hipotálamo, o cérebro controla a temperatura corporal, a ingestão de água e alimentos, o ciclo sono-vigília, a liberação de hormônios pela hipófise e outras respostas autonômicas essenciais à sobrevivência.
Essa função integradora é realizada em estreita comunicação com o sistema nervoso periférico e o sistema endócrino, formando um eixo de regulação complexo.

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Cérebro humano: diversas funções vitais para o corpo dos seres humanos.
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Saiba mais:
- Obtenha mais informações sobre o cérebro humano em: Viagem pelo Cérebro Humano (pdf), fonte: Hospital Albert Einstein.
Artigo revisado em 09/07/2025
Artigo revisado por Tânia Cabral - Professora de Biologia e Ciências - graduada na Unesp, 2001.