Cobra-real

 

O que é a cobra-real


A cobra-real (Ophiophagus hannah) é a maior serpente peçonhenta do mundo, pertencente à família Elapidae, a mesma das corais-verdadeiras e das najas. É nativa do sul e sudeste da Ásia e famosa por seu porte imponente, comportamento defensivo marcante e veneno potente. Seu nome científico significa “comedora de cobras”, refletindo sua dieta predominantemente formada por outras serpentes. Apesar de temida, a cobra-real desempenha um papel ecológico importante no controle populacional de répteis.



Características físicas da cobra-real


A cobra-real pode atingir de 3 a 5 metros de comprimento, havendo registros excepcionais de indivíduos com mais de 5,5 metros, tornando-se a maior serpente peçonhenta conhecida. Seu corpo é longo e musculoso, com coloração variando entre tons de verde-oliva, marrom e amarelado, geralmente com faixas transversais mais claras. A cabeça é relativamente estreita para o tamanho do corpo, mas bem distinta do pescoço. Possui presas fixas e curtas, características das elapídeas, localizadas na parte frontal da boca, utilizadas para inoculação de veneno. Quando ameaçada, pode expandir a pele do pescoço formando um “capuz” semelhante ao das najas, embora menos largo.



Reprodução da cobra-real


A cobra-real é ovípara e apresenta um comportamento raro entre serpentes: a fêmea constrói um ninho de folhas e galhos para depositar seus ovos, demonstrando cuidado parental. A postura pode conter entre 20 e 40 ovos, que são incubados durante aproximadamente dois a três meses. Durante esse período, a fêmea permanece próxima ao ninho para proteger a desova contra predadores. Após a eclosão, os filhotes já nascem independentes e capazes de caçar presas pequenas, possuindo veneno tão potente quanto o dos adultos.

 



Habitat e distribuição geográfica


A cobra-real habita florestas tropicais, manguezais, áreas de bambuzais e regiões montanhosas do sul e sudeste da Ásia, incluindo Índia, Bangladesh, Tailândia, Malásia, Indonésia e Filipinas. Prefere ambientes úmidos com cobertura vegetal densa e proximidade de fontes de água, mas também pode ser encontrada em áreas agrícolas e zonas de transição entre florestas e campos abertos. É uma serpente terrestre, porém excelente nadadora.



Comportamento da cobra-real


A cobra-real é geralmente solitária e evita confrontos, mas torna-se extremamente agressiva quando provocada ou na defesa do ninho. É conhecida por sua postura de alerta, erguendo até um terço do corpo e expandindo o capuz cervical para intimidar o oponente. Possui sentidos aguçados, especialmente visão e olfato, que utiliza para localizar presas e reconhecer ameaças. Apesar da fama de perigosa, raramente ataca humanos sem motivo direto.



Alimentação da cobra-real


A dieta da cobra-real é composta principalmente por outras serpentes, incluindo espécies venenosas como as najas e víboras. Também pode consumir serpentes não peçonhentas e, ocasionalmente, lagartos. Seu veneno é neurotóxico, afetando rapidamente o sistema nervoso da presa, levando à paralisia e morte. Por ser um predador de topo especializado, exerce importante função ecológica no controle das populações de serpentes em seu habitat.



Curiosidades:

 

- A cobra-real é figura pertencente à mitologia no extremo Oriente, sendo muito usada de modelo para estátuas, decorações e joalherias.

 

- Elas são também muito conhecidas por serem usadas pelos encantadores de serpentes, muito comuns no sul da Ásia.

 

- Assim como quase todas cobras, a cobra-real é tímida e se esquiva do contato humano. Porém, o contato com elas requer muito cuidado e atenção, pois, se for cercada, pode se tornar agressiva e atacar.

 

- A cobra-real está ameaçada de extinção desde 2010. A classificação do seu estado de conservação é Ameaçada e vulnerável.

 

 

Classificação científica:

 

Reino: Animalia

Filo: Chordata

Classe: Reptilia

Ordem: Squamata

Subordem: Serpentes

Família: Elapidae

Gênero: Ophiophagus

Espécie: O. hannah

 

Foto da cabeça da cobra-real

Cobra-real: uma das serpentes mais venenosas do mundo.

 

 


 

Artigo revisado por Tânia Cabral - Professora de Biologia e Ciências - graduada na Unesp, 2001.

Atualizado em 14/08/2025



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Bibliografia Indicada:

 

https://repositorio.ufms.br/bitstream/123456789/5116/1/MANUAL_DE_IDENTIFICA%C3%87%C3%83O_DAS_SERPENTES.pdf

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